“Doutoras do agro” destacam obstáculos para a atuação feminina no meio rural
Nove mulheres uspianas fazem parte de uma lista da Forbes que destaca as contribuições de 100 mulheres “doutoras do agro” em serviços prestados à produção de alimentos, fibras e bioenergia, desempenhados em empresas ou na academia. Segundo a revista, elas fazem parte de uma nova geração no campo que é altamente especializada – e os estudos acadêmicos foram fundamentais para requisitarem maior participação no meio rural, dominado pela presença masculina.
Procuradas pelo Jornal da USP, as doutoras destacam a ampliação da presença feminina em tarefas de pesquisa e nos cargos de gestão do agronegócio nas últimas décadas. Apesar desse crescimento, elas reconhecem que ainda há barreiras que as mulheres enfrentam no mercado de trabalho do campo.
De acordo com o Censo Agro do IBGE, a participação de mulheres na produção do agronegócio aumentou de 12,7%, em 2006, para 18,7%, em 2017. O crescimento é considerável, mas o número ainda é muito inferior ao dos homens, que representam 81,3% dos produtores.
As pesquisadoras da USP destacam que a formação não impede a persistência de desafios para alcançar condições igualitárias no mercado de trabalho. “Quanto mais nós subimos na carreira, menos mulheres nós vamos encontrando”, lamenta Helena Lage Ferreira, professora da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, e uma das pesquisadoras selecionadas na lista das 100 Mulheres Doutoras do Agro.
A avaliação é semelhante à de Elisabete Aparecida de Nadai Fernandes, professora do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP, também mencionada na lista da Forbes. “Posso afirmar que ainda se enfrenta resistência para ter mulheres em altos cargos, ainda que camuflada”, diz Elisabete.
A lista das 100 Mulheres Doutoras do Agro foi lançada pela revista Forbes em comemoração ao Dia Internacional da Mulher Rural, celebrado no dia 15 de outubro.A seguir, conheça as nove doutoras do agro da USP: